Proposta Político Pedagogica
ESCOLA ESTADUAL PROF.ª ADA TEIXEIRA DOS SANTOS PEREIRA
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
CAMPO GRANDE – MS
2011
1. APRESENTAÇÃO
A construção da Proposta Pedagógica da Escola Estadual Prof' Ada Teixeira dos Santos Pereira, teve como referência os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN - Lei n° 9394/96), Constituição Federal, além da Legislação Estadual, o Estatuto da criança e do Adolescente e o Regimento Interno da Escola.
Quando uma escola cumpre o calendário apenas para repassar conhecimentos a seus alunos, sem unidade de ação, sem uma utopia a perseguir, sem valores a defender e sem criticidade no exame das mensagens que transmite, ela se torna mera reprodutora de técnicas pré-estabelecidas e alienantes, contribuindo para a formação de pessoas acríticas, e por isto susceptíveis a todo e qualquer tipo de manipulação.
Quando a escola se abre à participação e a criticidade de todos e com todos constrói a sua Proposta Pedagógica, ela se dispõe a propor um caminho de participação coletiva, contextualizado e contemplativo dos interesses de todos os segmentos que a compõe.
A elaboração do Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Prof.ª Ada Teixeira dos Santos Pereira, foi realizado a partir dessa busca da participação de todos os segmentos da comunidade escolar (pais, alunos, corpo docente, corpo técnico administrativo), bem como de assegurar uma educação de qualidade, num ambiente inovador e de respeito ao próximo.
Uma proposta curricular é apenas um ponto de partida. O início de uma longa jornada, dependente, em especial, dos professores, alunos e dos outros sujeitos que compõe a comunidade escolar. Resguardando as devidas proporções, a obrigatoriedade de construção do projeto político pedagógico na unidade escolar representa uma inovação em relação ao tempo de existência de referência somente aos manuais e receitas escolares.
Na construção deste documento que compreende o Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Profª Ada Teixeira dos Santos Pereira, procurou-se considerar os aspectos acima citados e outros a serem mencionados no decorrer da proposta que ora apresentamos. Temos como prerrogativa, no entanto, que a operacionalização de tal proposta é o maior desafio a ser enfrentado para significar estes aspectos. Por isso, e com base na perspectiva que todo projeto político pedagógico deve estar em permanente construção, estaremos comprometidos para empreender os ajustes necessários que a implementação do projeto apontar.
2. MARCO SITUACIONAL
- 2.1 Histórico
A Escola Estadual Profª Ada Teixeira dos Santos Pereira foi criada em 1986, com a necessidade de atendimento escolar aos filhos dos moradores do Jardim Campo Belo, Jardim Presidente e, principalmente, do corredor do bairro Nova Lima. Até então, as crianças da comunidade estudavam em um anexo da Escola Municipal Profª Kamé Adania que não estava mais atendendo à demanda de vagas, tendo em vista o crescimento populacional da região, fazendo-se necessário, portanto, a existência de mais uma escola aos moradores residentes do local.
Enquanto aguardava as instalações próprias, a Escola Profª Ada Teixeira dos Santos Pereira funcionou com estrutura provisória e precária em duas pequenas salas de madeira nos fundos da Capela Sagrado Coração de Jesus na Rua João de Paula Ribeiro, esquina com a Rua Lourenço da Veiga, duas quadras distante da sede atual, onde funcionava anteriormente o anexo da Escola Kamé e também dentro da própria capela. Realizava atendimento diurno, inclusive com período intermediário para alunos de série iniciais e para alunos de uma 5ª série do Ensino Fundamental. Atualmente a escola atende aproximadamente um total de 1100 alunos e oferece o Ensino Fundamental, Ensino Médio e atendimento Educacional Especializado.
As instalações da escola referente à sala de aula são satisfatórias A escola possui uma boa área territorial livre, 02 (duas) quadras cobertas, sendo uma em boas condições de uso e outra ainda inacabada. Contamos com salas de apoio como: Sala de Tecnologia Educacional, Sala de Professores, Sala de Recursos Multifuncional, Sala do Projeto Mecatrônica e Sala do Projeto Além das Palavras. Apresenta necessidade de construção de sala para os laboratórios científicos com área suficiente para efetivar estas construções, pois prima pelo aprimoramento de novas possibilidades e técnicas de ensino, diversificando as aulas, tornando-as mais dinâmicas e motivadoras.
A situação da evasão escolar dos alunos do noturno é um problema a ser considerado. Diante desta problemática a Proposta Pedagógica da escola estará pautando seus objetivos no estímulo da permanência desses alunos na escola. Dessa forma, é de grande relevância aulas diferenciadas através de laboratórios científicos, como: física, matemática, biologia, química, tecnológicos.
Os professores da escola são em sua maioria do quadro permanente, possuem nível superior, alguns com pós-graduação, e trabalham em sua área de habilitação, inclusive o professor que atende a Sala de Recursos Multifuncional é pós graduada em Educação Especial. Mas, o quadro de docente sofre muitos transtornos, devido à rotatividade que acontece nas lotações de professores, por situações alheias a gestão da escola. Tal fato compromete a aprendizagem dos discentes com freqüência.
Quanto aos funcionários a escola apresenta deficiência de quantitativo, na secretaria, na limpeza e cozinha, e qualificação continuada para profissionais desses setores.
Conforme já evidenciado, a escola se encontra em um bairro, localizado na periferia do município, que abriga moradores, em sua maioria, de baixa renda e com problemas de ordem social como violência doméstica. O envolvimento de jovens com drogas e gravidez na adolescência são problemas a serem enfrentados. Outra questão que muito tem preocupado a escola e o freqüente abandono intelectual ocasionado por diversos fatores.
- 2.2 Contexto sócio-econômico e cultural do Estado e Município
O estado de Mato Grosso do Sul vem passando por uma reestruturação econômica importante na conjuntura existente. Uma grande quantidade de usinas para a produção de álcool e açúcar está se instalando no Estado e se junta à pecuária e à agricultura, já pujantes de muitos anos, com pressupostos de alavancar o crescimento sócio-econômico. Outro setor que vem tendo destaque nesta perspectiva é o turismo. Campo Grande é a capital e o maior município do estado de Mato Grosso do Sul. Ela vem despontando como umas das principais cidades do Brasil em turismo de eventos, com realizações de grandes feiras, leilões, congressos e exposições, oferecendo, assim, excelentes oportunidades de negócios.
O município de Campo Grande possui uma grande diversidade de raças e culturas que formam uma identidade única de um povo simples, acolhedor, alegre e hospitaleiro. Dada a sua localização na região Centro-Oeste, tem uma posição estrategicamente favorável em relação ao Mercosul e aos grandes centros consumidores do país. Atualmente, é uma das cidades que mais se destaca em desenvolvimento e crescimento, de forma organizada e planejada, oferecendo melhoria e qualidade de vida para sua população.
- 2.3 Aspectos legais
A criação da Escola Estadual Profª Ada Teixeira dos Santos Pereira pelo governo do Estado de Mato Grosso do Sul em 1986, conforme já tenha sido dito, foi em virtude de corresponder a uma demanda populacional no bairro e adjacências. O seu funcionamento, desde essa época, atende aos aspectos legais definidos na legislação concernente vigente, que atualmente, tem na LDBEN sua principal base de fundamentação legal.
- 2.4 Desafios
2.4.1 - Aspectos Pedagógicos
O currículo escolar representa ir além do conteúdo proposto para o professor ensinar em um determinado nível de ensino. Fazem parte do processo ensino-aprendizagem que acontece no interior da escola, atores e agentes educativos como: alunos, professores, família, diretores, coordenadores, funcionários, poder público etc. As pessoas, representativas destes segmentos, trazem consigo suas verdades, convicções e ideologias, saberes adquiridos em suas experiências dentro e fora da escola; desejos, sonhos e necessidades, orquestrando um currículo "oculto", presente nas entrelinhas do cotidiano escolar, e geralmente mais significativo do que o currículo oficial. O grande desafio atualmente é aproximar o currículo escrito e construído no PPP do currículo oculto, o feito na sala de aula e nas dimensões da prática pedagógica frente as adversidades que permeiam o contexto escolar, como problemas de ordem familiar, social, religiosa, deficiência nos cursos de formação para professores etc
2.4.2 - Aspectos Administrativos
Alguns dos desafios a serem enfrentados são o de fortalecer a gestão escolar e diminuir a rotatividade de professores, visando contribuir para a melhoria da qualidade do ensino.
3. MARCO TEÓRICO
- 3.1 Visão de mundo e características da atualidade
Já foi o tempo em que se acreditava que todos poderiam aprender as mesmas coisas ao mesmo tempo e da mesma forma. Os seres humanos precisam ser respeitados na sua originalidade, constituída, entretanto, de múltiplas interferências. Os contextos sociais e culturais formam os sujeitos que, por sua vez, formam novos contextos. Essa rede constituinte e constituída por diferentes fatores, da qual o sujeito é parte integrante, precisa ser considerada nas relações que acontecem nas salas de aulas, entre seus diferentes elementos. Não é só o aluno que aprende nem o professor quem ensina. Ambos compartilham essas experiências, apesar do modo diferenciado. O processo educativo pressupõe ir além dos conteúdos disciplinares dos livros didáticos, da reprodução de modelos e técnicas preestabelecidas.
O homem é um ser construído historicamente a partir de suas relações sociais. Por isso o homem é considerado um ser social e a atividade de ensino formal, neste sentido, uma prática social. A racionalidade e a consciência histórica são aspectos inseparáveis e indissociáveis da condição de ser humano. Assim, a escola precisa estar aberta para os sentimentos e as histórias de seus alunos e professores. O cotidiano escolar precisa estar atento e contemplativo da história que acontece fora de seus muros. A realidade do mundo em que o aluno está inserido, com todas as suas cores e dissabores, precisa ser considerada. Dentre outras considerações, ela deve ser considerada como ponto de partida e de chegada nas ações educativas implementadas.
- 3.2 Papel da Educação frente à nova conjuntura (tecnológica e globalizada)
A sociedade atual exige das escolas a formação de um aluno participativo, crítico e criativo. Os avanços tecnológicos do século XXI, especialmente aqueles ligados à comunicação e informação, exigem uma escola dinâmica, que vá além da transmissão de informação, comprometida com o processo ensino-aprendizagem de seus alunos. Transformar informação em conhecimento, garantir o acesso aos conhecimentos produzidos pela história da humanidade e contribuir para a construção da cidadania, podem ser considerados alguns dos propósitos da Educação nesse novo milênio.
- 3.3 - Referenciais de qualidade na educação
Nos últimos anos o poder público tem tentado dar uma maior atenção na Educação do nosso país, preocupando-se em assegurar que os recursos constitucionalmente estabelecidos sejam, de fato, a ela destinados. Tal fato se reflete na criação de fundos para a Educação como a FUNDEB (Fundo Nacional de desenvolvimento da educação básica) e investimento em recursos humanos, com mais contratação de professores e melhoria de planos e cargos na carreira do magistério.
Apesar do atual Índice de desenvolvimento da educação básica apontar para uma melhoria qualitativa desse nível de Educação no Brasil, ainda são desafios a busca de uma escola pública mais igualitária, que assegure uma formação humana às pessoas e as torne verdadeiramente mais críticas, participativas e capazes de reconhecerem e exercerem, de fato, o valor da sua cidadania
- 3.4 – O que se entende por escola pública de qualidade
A educação pode ser considerada um bem cultural da humanidade e, portanto, deve ser assegurada para toda a população do planeta. Para que todos tenham acesso à educação de igual qualidade é necessário assegurar à escola uma condição de gratuidade na atual conjuntura social estabelecida. Cabe ao Estado possibilitar o acesso à educação para toda a população, conforme referência constitucional em se tratando de legislação brasileira. Quanto à qualidade que se espera da escola pública brasileira vai depender da formação humana a ser buscada. Nos documentos curriculares prescritivos pela legislação, observa-se uma proposta de educação na perspectiva de formar o cidadão crítico, participativo e transformador. Neste sentido, a escola pública de qualidade é aquela que assume e se compromete com ações em tal perspectiva de formação humana.
- 3.5 - Finalidades da educação
Á finalidade da Educação é a formação humana. A formação do ser crítico, participativo e capaz de transformar a realidade social em que está inserido é o compromisso a ser assumido pela educação brasileira, o qual a Escola Estadual Profª Ada Santos Pereira também se compromete em perseguir.
- 3.6 - Missão
Nossa escola tem por missão assegurar uma educação de qualidade aos nossos alunos, num ambiente inovador e de respeito ao próximo, assegurando a participação de todos.
Realizaremos nosso trabalho oferecendo um ensino de qualidade, respeitando nossos alunos, pais, comunidade e equipe escolar; incentivando a participação de todos, para que juntos possamos inovar cada vez mais.
- 3.7 – Valores
- Respeito à dignidade do ser humano;
- Respeito mútuo;
- Justiça;
- Solidariedade;
- Diálogo;
- Razão;
- Religião;
- Conhecimento;
- Espírito crítico.
4. MARCO OPERACIONAL
- 4.1 – Níveis e modalidades de ensino
A escola oferece as seguintes modalidades de ensino:
- Ensino Fundamental;
- Ensino Médio;
- Sala de Recursos Multifuncional.
Número de turmas: 12 salas por turno. O número de alunos por turma será constituído de acordo com a legislação vigente.
A Unidade Escolar funciona em três turnos:
- Matutino :
Ensino Fundamental – séries iniciais
02 turmas do 1º ano;
02 turmas do 2º ano;
03 turmas do 3º ano;
03 turmas do 4º ano;
01 turma do 5º ano
Ensino Médio
02 turmas do 1º ano
- Vespertino :
Ensino Fundamental – séries iniciais
01 turma do 1º ano;
01 turma do 2º ano;
01 turma do 5º ano;
Ensino Fundamental – séries finais
02 turmas do 6º ano;
03 turmas do 7º ano;
02 turmas do 8º ano;
01 turma do 9º ano;
Ensino Médio
01 turma do 1º ano;
01 turma do 2º ano;
- Noturno :
Ensino Fundamental – séries finais
01 turma do 8º ano;
01 turma do 9º ano;
Ensino Médio
02 turmas do 1º ano;
01 turma do 2º ano;
01 turma do 3º na.
O Ensino Fundamental tem a duração de 9 (nove) anos, sendo que os anos iniciais possui 5 (cinco) anos de duração ; já os anos finais possui 4 (quatro) anos de duração. O primeiro e segundo anos iniciais são destinados a sistematização da alfabetização.
A carga horária anual é constituída de 800 (oitocentas) horas para os anos iniciais e de 834 (oitocentos e trinta e quatro) horas para os anos finais.
O Ensino Médio é organizado em três anos, com carga horária de oitocentos e trinta e quatro horas.
A sala de Recursos Multifuncional oferece atendimento em dois turnos: matutino e vespertino, o trabalho é realizado em pequenos grupos de alunos, de acordo com a faixa etária e necessidades específicas.
Para alcançarmos a escola que queremos, nossa proposta pedagógica objetiva a formação de alunos críticos, participativos, transformadores e capazes de atuar com bagagem política no mercado de trabalho. Daí a necessidade de investir na capacitação para melhoria do quadro de professores.
Os encontros pedagógicos de professores trarão inovações metodológicas através de seções de estudo e reflexões sobre as práticas educacionais. Portanto, a capacitação dos profissionais da educação em todas as áreas em que atuam nesta unidade escolar é de grande importância para que eles possam desempenhar bem sua função, pois a necessidade de funcionários capacitados e professores pesquisadores são fundamentais.
Entendemos que só através de uma ação conjunta da comunidade externa e interna é que vamos diminuir os problemas elencados no marco situacional. Para tanto, procuraremos buscar junto à Secretaria Estadual de Educação a ampliação do número de pessoal, bibliotecários, agentes administrativos, de limpeza e inspeção, implantar os laboratórios de matemática, química, física, biologia e tecnológicos.
Além disso, buscar ainda parcerias junto à iniciativa privada para melhorar o ambiente físico e os recursos pedagógicos, dinamizar os planejamentos dos professores através de estudos dirigidos, troca de experiências didáticas, entre outras atividades pedagógicas, estimular e dar suporte financeiro às atividades culturais tais como: apresentação de dança, teatro e músicas, promover eventos extraclasse com a participação da família (festas regionais, folclóricas e gincana escolar) , promover reuniões bimestrais entre a direção, coordenação, professores e pais, palestras diversas com temas atuais (família, meio ambiente, sexualidade, entre outros ),avaliar e adequar ao momento histórico a Proposta Pedagógica.
4.1.1 – Os objetivos
Os objetivos constituem a mola propulsora para se repensar qual a formação que se pretende que os alunos obtenham, que a escola deseja proporcionar e, principalmente, tem possibilidade de realizar. Devem orientar a seleção e a organização dos conteúdos, valorizando o saber do grupo e colocando-o como ponto de partida e ponto de chegada do trabalho educativo; desenvolver e indicar os recursos didáticos e os procedimentos avaliativos da atuação pedagógica. Por isso, todos os profissionais precisam participar da elaboração dos objetivos, já que estes estão diretamente ligados ao papel que a escola deve assumir perante os alunos, os educadores, os funcionários, os pais e a comunidade em seu todo.
Os objetivos precisam explicitar as características afetivas, cognitivas e físicas e as estruturas éticas, estéticas, de relação interpessoal e inserção social, a serem vivenciadas pelos alunos no processo de aprendizagem. Para isso, é importante conhecer a criança e seu grupo, atualizando essas informações individuais e sociais com seu contexto cultural e confrontando-as com os preceitos teóricos de diferentes pesquisadores: as características da faixa etária, o percurso que realiza em seu processo de aprendizagem, as intervenções sugeridas.
Por outro lado, é importante estabelecer objetivos comuns a toda escola para que se mantenha um nível de coerência entre os grupos/séries/ciclos. Aspectos cognitivos e sócio-afetivos estão envolvidos de forma indissociável, levando em conta que a criança é um todo e que, na escola, ela se insere num grupo que tem uma história de vida atrás de si. Os objetivos propostos dizem respeito à criança enquanto indivíduo e também devem ser adequados a cada escola, a cada contexto social, cultural e a cada grupo conforme seu contexto, sua dinâmica e faixa etária.
O Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, tem por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
- o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
- a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
- o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
- o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
O Ensino Médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, tem como finalidade:
- a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
- a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade às novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
- o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
- a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
4.1.2 – Estrutura organizacional
Escola Estadual Profª Ada Teixeira dos Santos Pereira
Rua Lourenço da Veiga, s/n° - Bairro: Jardim Campo Belo
Campo Grande - MS
Tel/Fax: (67) 3354-5641 e (67) 3355-5679
e-mail: eepatdsp@sed.ms.gov.br
bolg: www.escolaadateixeira.wordpress.com
Tipologia: D
Localização: Urbana
CNPJ: 02.585.924/0044-62
A Unidade Escolar é constituída por:
- Direção;
- Direção Adjunta;
- Secretaria;
- Coordenação Pedagógica;
- Assessoramento Escolar;
- Corpo docente;
- Apoio Técnico Operacional;
- Corpo discente;
- Colegiado Escolar;
- Associação de Pais e Mestres.
- 4.2 – Formação inicial e continuada dos profissionais da educação
Pretende-se promover cursos de capacitação dirigidos ao administrativo e corpo docente da escola durante o ano. Além disso, a escola divulgará e facilitará o acesso a participação em cursos e eventos científicos, dentre outras possibilidades de aprimoramento visando o processo de formação continuada
- 4.3 - Organização Curricular
4.3.1 – Referenciais Curriculares
A Escola desenvolve os conteúdos básicos dos currículos e programas buscando adapta-los à realidade dos alunos. Pretendemos acrescentar na grade curricular os conteúdos de maneira interdisciplinar e através de projetos coletivos, baseado nos PCNS. Todo planejamento a ser desenvolvido será organizado através de encontros mensais de professores, serviço pedagógico e direção.
Desenvolver projetos sobre o “Trânsito”, atendendo ao Resolução/SED n° 2037/2007 incentivando ações educativas dentro da escola e comunidade em respeito às leis de trânsito para que se possam ter resultados efetivos, criando uma consciência crítica e conseqüentemente mudanças de atitudes.
O tema Trabalho e Consumo foi implementado em atendimento à Lei nº 3.922 de 30 de Junho de 2010, propiciando aos alunos o desenvolvimento de atributos que permitam compreender suas condições de consumidor e assumindo atitudes responsáveis em relação a si e a sociedade.
O Dia da Consciência Negra, 20 de Novembro, é trabalhado através de Projeto Interdisciplinar.
O Dia da Consciência Jovem será amplamente discutido , estimulando os jovens a refletirem sobre o seu papel e contribuição frente à sociedade
É de fundamental importância definir o que se entende por currículo. O termo currículo dentro de uma perspectiva conservadora é definido como o conjunto de matérias ou disciplinas escolares; como o conjunto de experiências desenvolvidas na escola ou mesmo como seleção de conhecimentos a serem transmitidos e assimilados pelos alunos. Nessas concepções todos os indivíduos são considerados iguais ou, pelo menos, tratados da mesma forma, tendo os mesmos conhecimentos a serem incorporados. Não consideram as diferenças, e a escola se propõe a igualar indivíduos desiguais.
O currículo está diretamente relacionado às metas e intenções da escola, de seus educadores e alunos. Os conteúdos são considerados como um meio para a formação de cidadãos críticos, autônomos e atuantes, o que ultrapassa uma simples listagem de conceitos. Em tal posição, a escola é alicerçada no direito de todos os cidadãos desfrutarem uma formação básica comum e de respeito aos seus valores culturais. Nessa perspectiva, é possível afirmar que o currículo engloba valores, atitudes e procedimentos além de abranger questões referentes ao "quê", "para quê" e "como" ensinar, articuladas ao "para quem". Assim, as decisões relativas ao "para quê" implicam a definição de objetivos político-pedagógicos. É impossível pensar no currículo sem o estabelecimento dos objetivos a serem alcançados. De acordo com o Referencial Curricular por disciplina consideramos que:
"Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha que não tem medo do risco, por isso recusa o imobilismo. A escola em que se pensa em que se atua, em que se cria, em que se fala, em que se ama, se, a escola que apaixonadamente diz sim à vida. "
Paulo Freire
Pensar a educação como prática social, inserida na história e na cultura, requer entendê-la aliada à multiplicidade que constitui e caracteriza o ser humano, nas constantes idas e vindas, nas construções e reconstruções, semelhanças e diferenças. É nessa dialética que os homens se constituem e se reconhecem sujeitos da história, instrutores da cultura. Os textos e demais formas de expressão/linguagem estão, assim, carregados de conceitos/ conteúdos construídos no momento histórico-social em que foram produzidos. Isto significa dizer que textos, sejam eles orais ou escritos, e tantas outras formas de expressão utilizadas neste processo estão marcados pela história e pelas histórias de seus produtores, condicionados por características culturais do espaço em que são produzidos. Entender essas relações e trabalhar com elas é passo importante para que a escola ressignifique seu trabalho, sua ação pedagógica. Mais do que classificar e rotular seus alunos, a escola deve proporcionar a apropriação e a expansão dos seus conteúdos, visando desenvolver a competência dos alunos para que cada vez mais compreendam e atuem no mundo em que vivem.
"(..) se concebe a educação escolar como uma prática que tem a possibilidade de criar condições para que todos os alunos desenvolvam suas capacidades e aprendam os conteúdos necessários para construir instrumentos de compreensão da realidade e de participação em relações sociais, políticas e culturais diversificadas e cada vez mais amplas, condições estas fundamentais para o exercício da cidadania na construção de uma sociedade democrática e não excludente. " (PCN - v.1, p.47)
A construção de uma prática pedagógica que dê conta das diferenças dos alunos e que, ao mesmo tempo, considere estas diferenças como elementos ricos de trabalho, promovendo uma constante interação entre os pares, é um princípio fundamental nesta perspectiva. As possibilidades do aluno devem representar uma experiência de sucesso; pois caso contrário a diferença pode significar uma experiência de fracasso e o ato de aprender irá se transformar em ameaça e medo.
Neste sentido, a linguagem vista como atividade do sujeito, apropriada pela criança na interação com o meio, constitui o objeto do nosso trabalho. Pensar a escola como espaço de interlocução e de produção de diferentes caminhos é pensar a sala de aula como um espaço de produção do conhecimento. Assim, o trabalho precisa ter como preocupação os diversos "textos" produzidos em sala de aula: os usos e as funções sociais da linguagem precisam ter como eixo a formação de um cidadão autônomo e participativo.
Ressaltamos a importância de estarmos sempre atentos e de não perdermos de vista a função social da escola: Para que ensinamos o que ensinamos? Para que as crianças aprendem o que aprendem? O que queremos com o nosso aluno? E mais ainda, o que é formar um cidadão autônomo e participativo? Os conteúdos ensinados, o enfoque dado a estes conteúdos, as estratégias de trabalho pensadas para os alunos, o .relacionamento com eles, o sistema de avaliação, entre outras questões estarão diretamente relacionados a uma concepção filosófica e política de sociedade, de vida humana.
A escola desenvolverá projetos especiais, atendendo as dificuldades que vão surgindo no decorrer do processo ensino-aprendizagem, objetivando a melhoria da prática educativa.
- Projeto Xadrez
- Jogos Interclasse (Semestral)
- Projeto Bom de Bola – Bom na Escola
- Disciplina Meta Premiada
- Promove Engenhar
- Capoeira
Quanto ao papel do professor a primeira reflexão sobre este tema diz respeito à posição do professor. Não se trata da posição sócio-econômica dos profissionais da educação, mas sim do status, do papel social que exercem e têm exercido em suas comunidades, ao longo da história. Neste sentido, precisamos olhar ao redor para perceber, o que não é difícil, que imagem de bom professor está no imaginário de nossa sociedade. O professor competente é aquele que impõe respeito, que não dá "mole" para os alunos, e que acaba distribuindo notas baixas e reprovações.
Existe ainda uma idéia paralela, menos acreditada, mas forte quando se pensa nos primeiros anos do Ensino Fundamental, que relaciona o professor à imagem de "tio". Tio qualquer um é! Além dos fatores familiares que levam alguém a ser tio ou tia, no ônibus, o trocador é tio! Na lanchonete, a balconista é tia! Os amigos de seus filhos o(a) chamam de tio(a)! Não há dúvidas de que tal expressão não reflete de forma digna a posição social que, enquanto educadores, os professores devem lutar para ter.
Ainda existem as imagens relacionadas à tirania, a inflexibilidade, a intolerância facilmente detectada na subjetividade da população. O que está por trás desses estereótipos: quem é o professor? E que tipo de pessoa o professor pretende ajudar a formar?
"Primeiramente, do ponto de vista dos fins perseguidos: é evidente que os métodos serão diferentes se desejarmos formar uma personalidade livre ou um indivíduo submetido ao conformismo do grupo social a que ele pertence. "(Piaget, 1973).
Está bem claro que quando o professor grita, está contribuindo para a formação do aluno de uma forma diferente de quando dialoga. Podemos perceber a diferença entre uma postura (a do grito) e a outra (a do diálogo), no reflexo das mesmas no indivíduo. Posturas agressivas, rudes, impetuosas por parte do professor levam, geralmente, à coação. Já aquelas ponderadas, refletidas, pautadas na conversa, criam um ambiente cooperativo.
A diferença entre a coação e a cooperação é grande e precisa ser revelada! Segundo Piaget (1973), instaurar um ambiente de coação não implica em instaurar mudanças de comportamento:
"Quantas crianças nos disseram que é permitido mentir quando isso não é percebido! "
Quando o professor coage um aluno, precisa ter clareza de que pretende interromper uma ação, fazê-lo de forma imediata. Mas que certamente não está fazendo-o compreender o porquê disso.
"... a coação não é fonte de equilíbrio operatório porque é irreversível e tem um sentido único da ação dos mais velhos sobre os mais novos; e também porque não existe uma obrigatoriedade na conservação das proposições e dos valores, uma vez que ao cessar a força da autoridade, o sujeito poderá passar a pensar por si mesmo. "
(Araújo, 1996).
De acordo com os estudos de Piaget, a coação não surte o efeito transformador porque não age inteiramente no indivíduo. Ela não faz com que se pense no que foi feito, nem é fonte de conhecimento que possa ser aplicado em outras situações vividas. A cooperação, segundo estes mesmos estudos, é contribuinte direto para o estabelecimento de construções cognitivas sobre os atos e suas conseqüências. E fonte inesgotável de reflexões críticas sobre as ações.
A opção que se faz nesta proposta, como já deve estar bem explícito, trilha o percurso do diálogo, da clareza das regras e das possibilidades, do entendimento dos limites; caminha em função da compreensão de todos os indivíduos envolvidos no processo.
A busca que se estará travando, a partir de cada atitude do professor para com seu aluno, será a de fazê-lo pensar sobre sua atitude, usar mecanismo da lógica e da coerência para criticamente perceber-se em seus atos.
O professor age, deste modo, como parceiro no caminhar do aluno, e tem um papel indispensável: o de mediador. Cooperativamente, ajudará seu aluno a perceber procedimentos indevidos e inadequados (fazendo-o interrompê-los ou reformulá-los) e, ainda, dará a ele chances de se colocar, de explicitar suas razões, opiniões.
A cooperação, neste sentido, exige uma postura de respeito mútuo, de reciprocidade entre os sujeitos. Não pode existir o poder ilimitado do adulto sobre a criança quando se pretende instaurar um ambiente cooperativo! A voz da criança tem de ser ouvida e respeitada.
É muito importante ressaltar, porém, que muitos exageros e distorções são comumente manifestos por aqueles que comparam práticas tradicionais com exercícios de cooperação. Isso acontece pois conceitos de cooperação e de democracia estão, provavelmente, pouco explícitos para alguns. O que se vê, então, são discursos que revelariam um sistema permissivo e 'descontrolado. Freire (1997), pontua:
"Não resolvemos bem, ainda, entre nós. a tensão que a contradição autoridade liberdade nos coloca e confundimos quase sempre autoridade com autoritarismo, licença com liberdade. "
A cooperação não isenta, pois, o professor de seu papel de autoridade na sala de aula. A busca pela coerência entre propósitos e posturas, se faz primordial. Neste sentido, repudia-se também a permissividade. Algumas situações exigem uma atuação mais direta por parte do professor e este não pode se privar de sua responsabilidade de ser claro, sem rodeios.
Em suma, esta proposta, revela a opção da atuação educacional que visa a formação de seres humanos sensíveis, responsáveis, questionadores, potenciais transformadores de suas realidades. E justamente por isso, só poderia propor a atuação de professores conscientes e envolvidos no processo que mediam. Para participar de uma prática educativa que leve à humanização, se faz imprescindível ativar as características que nos faz humanos!
"... Como prática estritamente humana, jamais pude entender a educação como uma experiência, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os desejos, os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura racionalista. " (Freire, 1997)
Acreditamos que, quando ponderamos com nossos alunos, quando paramos para escutá-lo, quando respeitamos suas vozes, acreditando que são também produtoras de opiniões; quando os ajudamos a resolver problemas cotidianos, quando 'cuidamos' da maneira com a qual interferimos nestas situações de conflito e em diversos outros momentos - respeitando seus sentimentos. Enfim, quando nos tornamos seus parceiros no processo, estamos promovendo a aquisição de um conhecimento que está em toda a sua vida. Estamos, efetivamente, contribuindo com sua formação.
4.3.2 – Conteúdos
Se mudarmos o modelo de organização curricular, inevitavelmente, o conceito de conteúdo sofre alterações em seu entendimento. Ele precisa de algum modo, ser portador da inter-relação entre a concepção de aprendizagem que se tem, o entendimento do conceito de infância adotado e a perspectiva de formação que se pretende efetivar. Deste modo, partindo dos ideais de formação de autonomia e criatividade, aos quais esta proposta se direciona, é indispensável que se vá além das tradicionais listas de temas desconexos, limitados e voltados para eles mesmos. Um novo tratamento e entendimento do que é o conteúdo precisa ser buscado! Essa reflexão tem sido travada por muitos que têm pensado em Educação e pode-se constatar um interessante produto deste processo no encaminhamento que foi dado ao tema conteúdo nos Parâmetros Curriculares Nacionais:
"Neste documento, os conteúdos são abordados em três grandes categorias:
conteúdos conceituais, que envolvem fatos e princípios; conteúdos procedimentais e conteúdos atitudinais, que envolvem a abordagem de valores, normas e atitudes. "
(Vol. 1, p.74, 1996).
Até hoje, a escola admite como sendo seus conteúdos de trabalho, aqueles que envolvem saberes e noções relacionadas às disciplinas específicas. Limita-se, em geral, ao trato dos conteúdos conceituais - que envolvem os fatos e princípios de uma dada área do conhecimento. E ainda lida com estes conceitos de forma estanque, tratando-os como fim em si mesmo, não os relacionando com o mundo, nem vice-versa.
Na visão desta proposta, como já se pontuou, entende-se que esses importantes conhecimentos destacados da relação com o mundo, se perdem, se "esvaziam". É preciso ressignificá-los, então. Questões como ética, preconceito, respeito, etc., que estão permeando a vida e o mundo de todos nós, não costumam ser consideradas como conteúdos de trabalho escolar. Por quê? Como não trabalhar esses conteúdos, manifestos no dia-a-dia desta sociedade?
Os conteúdos atitudinais são aqueles voltados para a construção de valores e hábitos da vida em sociedade. Nesta perspectiva, além de conteúdos conceituais, é preciso incluir atitudes, valores e hábitos nas preocupações e objetivos curriculares. Para contribuir na formação da cidadania, a escola precisa trabalhar situações onde valores como justiça, honestidade, solidariedade, compromisso e pensamento crítico sejam vivenciados.
Os conteúdos procedimentais dão conta das capacidades que precisam ser desenvolvidas para um "saber fazer". Instrumentalizam as crianças a optarem por uma atividade e terem a capacidade de, ordenadamente, realizar uma série de ações que os levem aos fins que perseguem. Como, por exemplo, o desejo de montar um seminário sobre invertebrados. Com autonomia, serem capazes de perceber que precisariam pesquisar fontes, lê-Ias, sintetizá-las, elaborar registros, planejar a exposição... Enfim, referem-se à aprendizagem dos procedimentos necessários à realização de projetos, decisões, cálculos... Numa proposta como essa, na iqual percebemos que o conceito só não basta, o trabalho com os procedimentos, com os "meios", ganha relevo!
Entendemos que o trabalho que visa a interlocução conceito /procedimento / atitude está realmente favorecendo e preocupado com uma formação de cidadãos plenos: informados, conscientizados, capacitados ao encontro do mundo.
4.3.3 - Metodologia
A Proposta Pedagógica da escola baseia-se nos princípios da Pedagogia de Freinet. Acreditando que educar é construir juntos, a Pedagogia de Freinet se alicerça em quatro eixos fundamentais:
1- Cooperação: Como forma de construção social do conhecimento;
2- Comunicação: Como forma de integrar esse conhecimento;
3- Documentação: Registro da história que se constrói diariamente;
4- Afetividade: Elo de ligação entre as pessoas e o objeto de conhecimento.
Apresentamos em seguida os princípios que Freinet considera invariáveis: "As Invariantes Pedagógicas"
- A criança e o adulto têm a mesma natureza;
- Ser maior não significa necessariamente estar acima dos outros.
- O comportamento escolar depende de seu estado fisiológico e orgânico, de toda a sua constituição.
- A criança e o adulto não gostam de imposições nem disciplinas rígidas, quando significam obedecer passivamente a uma ordem externa.
- Ninguém gosta de fazer determinados trabalhos por coerção, mesmo que, em si, eles não desagradem. Toda atitude coersiva é paralizante.
- Todos gostam de escolher seu próprio trabalho, mesmo que a escolha não seja a mais vantajosa.
- Ninguém gosta de trabalhar sem objetivo, atuar como máquina, sujeitando-se a rotinas das quais não participa.
- A motivação é fundamental para o trabalho.
- Todos querem ser bem-sucedidos. O fracasso inibe, destrói o ânimo e o entusiasmo.
- O jogo não é natural à criança mas, sim, o trabalho.
- Não são a observação, a explicação e a demonstração – processos essenciais da escola – as únicas vias normais de aquisição de conhecimento, mas a experiência tateante, que é uma conduta natural e universal.
- A memória tão preconizada pela escola, só é válida e aceitável, quando integrada no tateamento experimental, onde é posta a serviço da vida.
- As aquisições não ocorrem pelo estudo de regras e leis, como, as vezes, se crê, mas sim pela experiência. Estudar primeiro regras e leis é colocar o carro na frente dos bois.
- A inteligência não é uma faculdade específico, que funciona como um círculo fechado, independentemente dos demais elementos vitais do indivíduo, como ensina a escolástica.
- A escola cultiva apenas uma forma abstrata de inteligência que atua fora da realidade viva, fixada na memória por meio de palavras e idéias.
- A criança não gosta de receber lições “ex-cathedra”.
- A criança não gosta de sujeita-se a um trabalho em rabanho. Ela prefere o trabalho individual ou de equipe numa comunidade cooperativa.
- A ordem e a disciplina são necessárias à aula.
- Os castigos são sempre um erro. São humilhantes, não conduzem ao fim desejado e não passam de paliativo.
- A nova vida da escola supõe a cooperação escolar, isto é, a gestão da vida e do trabalho escolar pelos envolvidos, incluindo o educador.
- A sobrecarga das classes constitui sempre um erro pedagógico.
- A concepção atual dos sistemas escolares conduz professores e alunos ao anonimato, o que é sempre um erro e cria sérias barreiras.
- A democracia de amanhã prepara-se pela democracia na escola.
- Um regime autoritário na escola não é capaz de formar cidadãos democráticos.
- Uma das primeiras condições para renovação da escola é o respeito à criança e, por sua vez, a criança ter respeito aos seus professores; só assim é possível educar dentro da dignidade.
- Temos que contar com a reação pedagógica que manifesta uma posição social e política.
- É preciso ter esperança otimista na vida.
A Pedagogia Freinet trata-se de uma prática libertadora na qual os problemas da vida e da prática social são discutidos em grupo e avaliados cooperativamente.
O conjunto das práticas que fundamentam a Proposta Pedagógica da Escola Estadual Professora Ada Teixeira dos Santos Pereira é conhecida como Técnicas ou Pedagogia Freinet baseadas em atividades como:
Aula passeio
Texto livre
Jornal escolar
Cooperativa escolar
Biblioteca de trabalho
Plano de trabalho semanal
A Pedagogia Freinet é uma proposta pedagógica que tem em mira modernizar a escola, marcando assim uma nova etapa da evolução da mesma, através de uma gama de valores alicerçados no bom senso. Freinet não quer uma escola à parte, mas a própria escola pública (escola do povo) é que deverá ser modernizada para atender, na sua essência, às necessidades do povo. Para isso ele põe em evidência meios que revolucionaram, tanto a educação de um modo geral, quanto à escola em particular, estabelecendo uma verdadeira relação professor-aluno.
Trata-se de um movimento de reação contra tudo o que existe de tradicional na escola. A sala de aula passa a ser o lugar onde professor e alunos discutem conjuntamente, em clima de harmonia e disciplina, tanto os conhecimentos básicos da aprendizagem, como os problemas da vida cotidiana.
É uma educação que respeita o indivíduo e a diversidade e reencontra a identidade própria do ser humano através da individualidade de cada um; que respeita as crianças tais quais elas são, sem submetê-las a modelos pré-estabelecidos e que as ajuda na formação de sua personalidade. É uma pedagogia real e concreta que procura oferecer às crianças e aos adolescentes uma educação condizente com as suas necessidades e mediante as práticas cotidianas.
É uma escola do povo. Escola essa que procura responder aos anseios individuais, sociais, intelectuais, técnicos e morais da vida desse povo, numa sociedade em pleno desenvolvimento tecnológico e científico.
É uma pedagogia que tem em mira formar o homem mais responsável, capaz de agir e interagir no seu meio; um homem mais apto a contribuir na transformação da sociedade. Para tanto, na sua prática educativa, tem primazia o desenvolvimento do espírito crítico, o questionamento das idéias recebidas, o espírito de curiosidade.
Os fundamentos e as linhas de ação da Pedagogia Freinet, estão centrados no "homem" a fim de elevá-lo a mais alta dignidade do seu ser. E a realização plena de sua personalidade através da vivência de sua cidadania.
A Pedagogia Freinet não se dá no vazio de uma ação educativa sem rumos concretos. Por essa razão ele estabelece bases de apoio que são os seus princípios.
O principio da cooperação - permite desenvolver entre as crianças e entre estas e os professores, relações que conduzem à organização das diversas modalidades de trabalho como: conversa livre, conselho de classe, reunião cooperativa em acordo com a idade dos alunos. A reunião cooperativa é a mola mestra de todas as decisões, sejam relativas às práticas pedagógicas do ensino-aprendizagem, sejam no âmbito do desenvolvimento de atitudes e habilidades, que no seu conjunto constitui a "formação do homem".
A vida cooperativa muda às condições de trabalho de sala de aula instaurando novas estruturas de relações que priorizam as responsabilidades e as competências e dão ao trabalho o seu verdadeiro lugar pela valorização de todos os sucessos, pela multiplicação desses sucessos e pelo encaminhamento adequado dos erros que geram os fracassos. A vida cooperativa responderá a demanda real - a da segurança e a da ordem.
- Organização cooperativa - A reunião cooperativa para a gestão do trabalho e a regulamentação dos conflitos. A divisão das responsabilidades. Elaboração das regras de vida e de trabalho.
- A comunicação e a expressão livre - Propicia uma aprendizagem viva e real desde que a criança tenha liberdade de expressar o seu pensamento em todas as circunstâncias que lhe são permitidas: o desenho a palavra oral e escrita, as construções etc.
- Expressão e comunicação -Conversa livre, textos livres, expressão corporal e artística, conferências debates...
A educação do trabalho é pensada enquanto atividade produtiva que auxilia a criança a construir a sua própria aprendizagem. Para tanto, o trabalho deve ser realmente livre, escolhido por ela e organizado no seu plano de trabalho tanto individual quanto coletivo. Numa educação pelo trabalho não tem sentido e nem lugar tarefas impostas que conduzem as crianças a se desobrigarem o mais cedo possível para se verem livres de tal tarefa como se fosse um fardo pesado em lugar de ser uma atividade prazerosa.
- Trabalho individualizado e socializado: contratos de trabalho, projetos, pesquisas, avaliação formativa, trabalho com fichas, livros...
O tateamento experimental - é um processo que se inscreve no "devir" global de cada criança como parte integrante da formação de sua personalidade. Não é uma técnica pedagógica tendo por objetivo a assimilação do saber, nem um simples caminhar em busca da aquisição do saber. É um ato inteligente desempenhado por um ser que busca a construção do seu conhecimento. A superioridade do "tateamento experimental" está no fato de que o homem e a criança não copiam um tateamento e sim o constroem, gerando assim a experiência. Segundo Freinet o tateamento experimental contribui para a edificação da inteligência.
Seguindo a Pedagogia Freinetiana, na Escola Estadual Prof.ª Ada Teixeira dos Santos Pereira são desenvolvidos durante o ano letivo os seguintes projetos:
-Mostra Cultural:
Objetivo: Investir na cultura como mediação imprescindível para fortalecer a autoconfiança dos alunos, impulsionar processos construtivos e criativos, desenvolvendo a auto-estima, integração com a família, escola e comunidade por meio de atividades culturais, estimulando o desenvolvimento e o exercício da cidadania por meio de temas do cotidiano.
-Leitura Compartilhada:
Objetivo: despertar em toda comunidade extra e intra-escolar a curiosidade e a imaginação estimulando-os à reflexão através da leitura, construindo seu repertório e aprendendo como funciona a linguagem que se usa para escrever despertando o interesse pela leitura como fonte de prazer e conhecimento.
-Pai Participante, Aluno Brilhante:
Objetivo: envolver os pais no processo ensino-aprendizagem visando acompanhamento dos seus filhos na escola, de modo a fazer com que assumam suas responsabilidades enquanto responsáveis e compartilhem com a escola do dever de educar as crianças e jovens sob sua tutela.
- 4.4. – Tempo Escolar
Uma questão de extrema importância para o educador é a prática da sala de aula, que precisa ser pautada no "fazer aprender". O que fazer e como fazer precisa ser uma reflexão presente. Na verdade, se nos últimos anos, as propostas educacionais e a forma de entender o processo de ensino e aprendizagem mudaram, deve-se mudar também a forma de organizar e atuar em um grupo.
"Grupo é o resultado da dialética entre a história do grupo (movimento horizontal) e a história dos indivíduos com seus mundos internos, suas projeções e transferências (movimento vertical) no suceder da história, da sociedade em que estão inseridos"
Madalena Freire
A velha imagem de uma sala de aula sem vida, sem diálogo, onde os alunos estão sentados enfileirados diante de um professor e um quadro de giz; onde o professor fala, decide, determina e o aluno ouve, obedece e executa, ou seja, onde ele é apenas um recipiente a ser preenchido com o saber transmitido pelo professor, foi sendo substituída por um espaço dinâmico, onde os saberes são compartilhados, onde o aluno não realiza uma lição para receber uma nota mas, sim, realiza um trabalho criativo e recebe dos seus pares e professor comentários críticos, sugestões e solicitações. A expressão livre é sempre o ponto de partida para a ação educativa. Entretanto, ela não é sinônimo de uma "postura liberal, onde cada um faz o que quiser".
Escola para nós é vida e não preparação para a vida. Só se aprende a viver, vivendo; só se aprende a fazer, fazendo; só se aprende a pensar, pensando... Dentro deste postulado entendemos que, para ocorrer uma aprendizagem, o aluno precisa participar de atividades significativas.
Se recorrermos ao dicionário, vamos encontrar a palavra atividade como "um conjunto de tarefas"; a palavra significativa como "algo com sentido". Para nós, atividades significativas são todas aquelas com as quais os alunos podem estabelecer relações com seus conhecimentos anteriores, aquelas que solicitam raciocínio, tomada de decisões ou resolução de problemas. Nessas atividades, a troca, os intercâmbios sociais, a livre expressão precisam ser favorecidos, pois a proposta construtivista entende que o processo de aprendizagem não deve ser solitário, ao contrário, deve ocorrer em um contexto social. Nesse sentido, os trabalhos em grupo, em duplas ou trios, são extremamente importantes, não só pela troca de conhecimentos, onde um coopera com o conhecimento do outro; como também por auxiliar o professor a operacionalizar seu trabalho numa classe de muitos alunos.
Um ambiente de trabalho, descontraído e intenso é a imagem mais coerente com a sala de aula que queremos. Sala onde há grande circulação de idéias, diversidade de materiais de apoio em substituição ao poder único do livro didático ou da cartilha, onde o tempo não é administrado apenas pelo término de uma determinada atividade, mas sim pelas necessidades de trabalho e onde ocorra uma produção decidida e realizada cooperativamente pelos alunos que, evidentemente, contam com a orientação do professor.
4.4.1. Rotinas
" ... Tempo rei, ó tempo rei, ó tempo rei,
Transformai as velhas formas de viver
Ensinai-me ó pai o que eu ainda não sei... "
(Gilberto Gil)
O tempo na escola parece não ser nunca suficiente para o que pretendemos realizar. Muitas vezes, o educador se depara com algumas questões quanto à utilização do tempo: deve-se dedicar mais à leitura do que à matemática? Quando contar história? Dramatizações são atividades interessantes, mas são perda de tempo? Estas e outras questões fazem parte da organização do tempo na sala de aula e nos levam a refletir sobre hábitos e procedimentos que devemos utilizar no cotidiano da mesma. Neste ponto, entendemos que há condutas norteadoras, as rotinas de trabalho.
A rotina torna-se um fator fundamental no desenvolvimento de um trabalho pedagógico, autônomo e cooperativo. Ela situa o aluno no tempo e no espaço, auxiliando a sua orientação e, principalmente, a sua participação. Entretanto, ela não tem sentido por si só: está sempre a serviço de um planejamento prévio e dos interesses do grupo. A sucessão de acontecimentos faz com que cada aluno se aproprie do seu tempo, dentro do seu próprio ritmo e do ritmo de trabalho do grupo. Este conhecimento deixa o aluno mais segura para confiar no professor, pois compreende que seus desejos/interesses são respeitados na medida em que percebe que existe um tempo para tudo. Esta compreensão é fator primordial no desenvolvimento da sua autonomia.
É importante que a rotina de cada grupo seja estabelecida a partir dos princípios filosóficos e da metodologia que orientam o trabalho pedagógico. Ela precisa equilibrar o tempo individual, o coletivo, o de trabalho em grupo, em duplas, de livre escolha e mesmo o trabalho dirigido. Assim, há momentos em que o aluno precisa ser livre para escolher o que, como e com quem realizar determinada atividade e outros, em que os desafios e propostas são lançados pelo professor. É fundamental que esta liberdade de escolha seja sempre contextualizada, as opções sejam claras e possíveis de serem realizadas.
A rotina diária é uma dimensão importante porque contribui tanto para que os alunos sintam-se em segurança, como também para que possam participar ativamente, junto com o professor, da administração do tempo de aula. Surgem, então, novas questões: como elaborar atividades de rotina? Quais seriam as atividades de rotina adequadas ao meu grupo-turma? Para que se possa chegar à solução destas questões, é preciso que se pense nas atividades de forma mais ampla, considerando aquelas de caráter atitudinal e procedimental, que buscam desenvolver capacidades mais complexas e articuladas, necessitando estarem sistemáticas vezes no planejamento e gradativamente atuando no desenvolvimento da competência desejada.
Outra conduta que é diária, de rotina, é o trabalho de casa. Este, além de abordar conteúdos importantes relacionados ao que vem sendo trabalhado no dia-a-dia, também contribui para a formação de estudantes comprometidos com suas tarefas e com a qualidade delas. Assim, é importante que a lição de casa também seja uma atividade diária e que o aluno tenha condições de realizá-lo sozinho. Entendemos que este tipo de proposta deve acontecer como uma das últimas atividades do dia, pois já prepara o momento de ir embora.
Outra conduta que é diária, de rotina, é o trabalho de casa. Este, além de abordar conteúdos importantes relacionados ao que vem sendo trabalhado no dia-a-dia, também contribui para a formação de estudantes comprometidos com suas tarefas e com a qualidade delas. Assim, é importante que a lição de casa também seja uma atividade diária e que o aluno tenha condições de realizá-lo sozinho. Entendemos que este tipo de proposta deve acontecer como uma das últimas atividades do dia, pois já prepara o momento de ir embora.
No Planejamento Cooperativo, os alunos registram o que pretendem fazer e quando farão, considerando as propostas do professor. Ao final desta tarefa, o dia de trabalho está organizado e todos foram responsáveis por sua estruturação. Logo, também se sentem comprometidos com sua execução. Neste sentido, entendemos que este é o primeiro procedimento do dia e que, ainda, é uma das principais atividades de rotina.
Na avaliação diária, o grupo e o professor analisam a trajetória daquele dia, o que e como realizaram as propostas, acordam a continuidade das atividades, ou mesmo, levantam novos projetos. Momento em que é necessário que as opiniões dos alunos sejam ouvidas e valorizadas, pois só assim elas se sentirão à vontade para falar de suas alegrias, de suas tristezas, de seu desempenho.
A rotina é um aspecto fundamental para o aluno, como t